Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim. Para isso, só sendo louco. Quero-os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela cara lavada e pela alma exposta. não quero só o ombro ou o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis nem choros piedosos. Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice. Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois os vendo loucos e santos, bobos e serios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade”´e uma ilusão imbecil e estéril.”
Oscar Wilde
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Amor Feinho
Amor feinho não olha um pro outro.
Uma vez encontrado, é igual fé,
não teologa mais.
não teologa mais.
Duro de forte, o amor feinho é magro, doido por sexo
E filhos tem os quantos haja.
Tudo que não fala, faz.
Planta beijo de três cores ao redor da casa
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
e saudade roxa e branca,
da comum e da dobrada.
Amor feinho é bom porque não fica velho.
Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é:eu sou homem você é mulher.
Amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho.
Adélia Prado
sábado, 8 de janeiro de 2011
Apagar
Apagar... “Escolha” plausível?
É possível “esquecer que este cara existiu na sua vida”?
Porque este é o conselho da maioria?
Talvez, o que você também me daria
Mas na minha loucura, não faz sentido algum
O que não é bom para mim?
Talvez um dia você perca o medo e se engrandeça
Encontre ao menos algumas palavras e enobreça
Talvez eu esteja além da sua compreensão
E suas palavras, se libertas hoje fossem, não
encontrariam em mim ressonância
E talvez, você simplesmente saiba disso...
Ressonância
Não compreendo, o que acho bom no final.
Sumir para desconstruir, ou encarar a realidade para transformar?
Escolho sempre a segunda opção...
Não me esquivo às verdades
O que digo e faço são o que sou...
Desde o início transparente
Há anos, ouvi isso de alguém não tão próximo assim
Mas só agora posso compreender, me entender
Mas não penso em tentar me esconder
Na verdade, ainda estou refletindo sobre o que fazer
Só sei que cansei de falsas verdades e superficialidade
Esta que infelizmente domina nosso mundo
E sigo na busca, agora intencional
Por sentido, sensibilidade, humanidade
Sinto-me confortada por não estar sozinha nesta jornada
Encontrei raridades. Por magnetismo, afinidade?
Talvez um acordo pré-selado, em que me dôo e me sustento
Desejo encontrá-las mais e mais...
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